quinta-feira, 24 de novembro de 2011

“E se realmente gostarem? "

"Se o toque do outro de repente for bom?
Bom, a palavra é essa. 
Se o outro for bom para você.
Se te der vontade de viver.
Se o cheiro do suor do outro também for bom.
Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. 
O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo.
Bons, normais, comuns.
Coisa de gente. 
Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros.
E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor? 
Quando você chega no mais íntimo.
No tão íntimo, mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido. 
Você também tem cheiros. 
As pessoas têm cheiros, é natural”

Caio Fernando Abreu, em: Estranhos Estrangeiros

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Quem impõe, incontestavelmente, sua opinião, geralmente não apresenta provas suficientes pra comprovar sua razão.
Acordei, olhei em volta, e percebi que ninguém me obrigou a abrir os olhos.
Reparei também que o meu mal-humor transbordava pelas narinas e que todos já percebiam isso há tempos só pelo tom em que eu disparava meu "bom dia" da boca pra fora  - porque o que eu realmente queria é que o dia de todo mundo fosse, de fato, pior ainda que o meu, só pra eu ter uma base de comparação.
Minha cabeça lateja. Meus olhos têm uma tonelada de vontade de fechar. E eu sei que é só o começo.Ou a continuação de ontem, tem sido igual mesmo...
 Mas hoje, excepcionalmente, decidi pensar.
Poupando os devaneios desnecessarios, cheguei a conclusão de que tá faltando olhar.
As estrelas daqui, que são tão mais visíveis.
O sorriso daquela velha a quem eu fingi não ver do outro lado da rua, de manhã.
Falta reparar naquele guri que eu nunca lembro o nome e que faz tanta diferença pra mim.
No movimento das minhas pernas que admiravelmente não precisam que eu as mande fazer nada. Sempre ali, prontas a me levar onde é preciso.
De repente, parei de olhar pro lado podre das coisas. Cansei de procurar motivos idiotas pra justificar meu fracasso. E o seu.
Nossa infelicidade é fruto da nossa incompetência. Naõ culpe o resultado que você mereceu.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Os loucos realizam o impossivel
Mas pagam o preço por sua insanidade.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Eu olho pra você, e já não há mais nada que eu queira dizer.

Não sei por que, eu já não lembro mais.
Meu coração não acelera - nem de raiva nem de saudade. 
pra dizer a verdade, fico feliz com a certeza de que ainda bate.
É isso que eu devia fazer. Bater em você. Te arrebentar. Até você morrer.


sábado, 15 de outubro de 2011

Não que faça de fato diferença.


A linha tênue que nos separa de todos os outros é o fato de aceitarmos nossa própria alienação.
Porque eu não imagino uma vida sem influencias, não há como auscultar todos os ídolos de uma cultura.
E por mais que se mantenha a falsa idéia de esclarecimento, somos todos parte do rebanho a que podemos chamar sociedade.
Algumas ovelhas filósofas. Outras operárias. Algumas desejando revolução e outras acomodadas e satisfeitas com tudo. Mas todas no mesmo rebanho.
É típico do ser humano crer que pensa por si, mas é só observar por um momento: tudo que fazemos já foi feito por alguém.
Mesmo o surgimento de uma ideia é a junção de varias outras, apenas agrupadas de forma diferente.
A melhor forma de se disseminar uma ideia é fazer com que cada um pense ser o precursor dela.
E quanto mais prepotente a “ovelha”, mais facilmente é enganada pelos lobos que a querem dominar. Por que quando se domina a mente humana, domina-se tudo.

Sinestesia

                                 Se isso tudo não foi feito pra ver e sim pra sentir,
                                              Experimente fechar os olhos:
                                         
                                                               Viaje.
                                                                                  Lembre.
                                          Ame                                                
                                                                 Beba.
                                                                                   Use.
                                          Dance.
                                                               Morda.
                                                                                   Toque.
                                         Entrelace.
                                                                 Pule.

                                                                                    Esqueça.
                                          Respire.
                                                               E Corra...

Pode sentir o mesmo que eu? Você está alguns minutos mais perto da morte agora. É melhor se apressar.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Braços cruzados

enquanto ele a abraçava.
Nao que aquele carinho fosse ruim.
Ruim era ela, com ele.
Porque quando se ama, ama-se por inteiro e nao só em meio.
Em meio a imperativos, entre traiçoes.
E as caras pintadas com um sorriso forçado disfarçam a dor que corroi o coitado.
Coitado é exagero, sabia onde estava se metendo e nao desistiu.
Desistir nao é seu forte, é seu fraco.
Ponto Fraco.
Nunca desiste de nada e por isso nao aprende a mudar de ideia.
Ideia de mudanca ate tinha.
Nao tinha era vontade de ser feliz.
Pra que, dizia ele, se vamos mesmo todos morrer?
Morrer vamos, mas ele antes.
Por Dentro e Devagar.
Tudo por ela, que nem bonita era.
Maldita malvada,
que matou o coitado.
Por fora, e Rapido.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

"As drogas criam um furo enorme em sua vida"




Campanha Pulicitária Espanhola contra as drogas.

"... Quantos são os números, quantas as pessoas, tantos os destinos..."


J.M. Simmel

terça-feira, 26 de julho de 2011

É quase nada

    .mas é tudo que eu posso oferecer.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sujeitinho simpático,


de sorriso aberto e conversa cativante. Não poderia deixar de comentar sobre você. Tem idéia do bem que me faz?
Tudo em você impressiona, e não é pra menos.
Tua filosofia de vida me fez acreditar que o mundo ainda tem jeito, que nada é impossível o suficiente que não possa acontecer. Me fez notar que ainda há motivos pra lutar e que o silêncio, na maioria das vezes fala – e vale – mais que mil palavras.
Sabe o meu coração – aquela coisa machucada e vazia que você conheceu? Está juntando todas as forças pra tentar te fazer feliz.
Lembra daquela rosa no nosso primeiro beijo? Por incrível que pareça, continua tão linda quanto naquela tarde de sábado.
Está vendo essas linhas mal escritas? Rabisquei hoje de madrugada enquanto sentia tua respiração no meu ombro, enquanto a Lua iluminava de tão longe as duas metades dessa alma.
Eu sei que é mais uma questão de sorte, mas se depender de mim, eu vou até o fim.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

E o que ela desejava

 não era muito. Aliás, era quase nada.
   A pobre só queria alguém.
   E, se não fosse pedir demais, que esse alguém a fizesse mudar.
   Que forçasse seu coração a pedir por companhia enquanto sua mente insistia na solidão.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Socio-efêmera

Tudo tão descartável, tão leviano, leve.
Afinal, se não queremos o filho, abortamos.
Se não queremos o marido, divorciamos.
Se não queremos os velhos, praticamos eutanásia.
Ficou fácil demais nos dispensar das responsabilidades, de toda aquela convenção.
E do jeito que andam as coisas, daqui um tempo não teremos mais do que nos livrar.
Quem sabe assim, quando tudo estiver absolutamente perdido, o arrependimento bata a porta, e nossa consciência resolva abrir - em todos os sentidos.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Pra falar de tudo, nem tudo é suficiente.

  Pra dizer que sinto falta dos velhos anjos que faziam parte da minha rotina.
 Pra agradecer cada partida de bets, cada baladinha saudável e todos os banhos de rio.
 Pra pedir desculpas pela grosseria, pelo egoísmo e pelo egogigantismo.
 Pra estar aqui, independente de tudo. Dependente de você.
 Pra fugirmos pela porta dos fundos.    Esconda-se da vizinha, pule o muro.
 Empreste-me o cachecol, e o guarda-chuva preto.
 Que tal dormir na praça? No frio não deve ser tão ruim.
 Pegue o mesmo ônibus para que a companhia seja agradável, e a viagem suportável.
 Conte-me de manhã o sonho bizarro, fale dos outros – fale mal – que eu rio.
 Coma sem parar, suje a sala toda.
 Diga às loiras: que se... Dane.
 Fuja da direção. De preferência nem tenha uma.
 Molhe os espelhos, seque o pote de sabão.
 Lave as mãos. E lave bem.
 Tome sua Fluoxetina, e amanhã venha lúcida. Ou vai continuar querendo vender o vale transporte?
 Me apresente sua irmã, ou seja lá quem for.
 Jogue fora se for Laranja Bahia, fale com a Dilma e peça autógrafo ao Tony Ramos.
 Ouça Engenheiros, Bjork, Beirut e Benabar. Pesquise Ilmatecuhtli.
 Garanta sua passagem pro céu. E sua cola na recuperação.
 Tenha um Divo, dois talvez.
 Quem sabe assim, no impessoal,
 Você se torne bem mais do que imagina
 pra mim.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

mezzo.

E a vida continua.
Daqui ou de outro jeito. Porque nada há que não se resolva – quase nada.
Continua entre cobras e sobras. Entre os nós de tanta dobra. Segue. Persegue.
E volta a continuar.
Por todo tempo. Em todo centro. Continua sempre – quase sempre.

E pelo sim, pelo não, já estamos todos jurados de morte.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Até quando

você vai esperar pra mudar a situação a tua volta?
Até quando os pais enterrarão os filhos,
e os filhos - que ainda vivem - envergonharão os pais?
Enquanto você fica aí, parado, o mundo explode a tua volta.
Despencam as colunas familiares, explodem todas de ódio
nesse ritmo inscessante de desunião.
Até quando você vai trocar suas amizades por dinheiro, e a tua vida por prazer passageiro?
Até que ponto vale a pena sair sem ligar pra mais nada? - esse nada ainda liga pra você.
E ele ainda espera de você um grito de revolta, um sinal de que ainda corre sangue nessas tuas veias.
Mas, se olhe no espelho. Seu corpo todo já é pálido.
Sem sangue, sem vida, sem atitude.
Sim, a tua humanidade está perdida.
Me diga: ainda bate um coração aí dentro, ou esse pulsar não passa de instintiva tentativa cerebral de te fazer acordar?

Já te disse?

Seu cheiro me enlouquece
-meu corpo já não me obedece.
Quando você chega perto
sinto que não há mais nada certo,
em mim.
Seus beijos me levam às alturas.
Suas palavras em meus ouvidos
me levam à loucura.
Não posso demonstrar esse desejo incontrolavel
esta dificil me conter.
Eu sei que não dá pra entender,
Mas eu não posso te esquecer.

                                             Carolina Giembra

Conciso.

Ah! Esse tempo que não passa.
Quero tanto te encontrar.
Já não consigo segurar
essa saudade incontrolável
que sinto de você.
Não, eu não consigo te esquecer.
Você me faz querer viver
São os seus beijos que me dão força pra continuar.
Mesmo que às vezes eu não queira demonstrar,
esse grande amor que eu tenho por você
NUNCA vai acabar.

                                      Carolina Giembra

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Até parar de bater.

O que se faz quando envenenado por um amor misturado com o ódio que
faz sentir desde prazer intenso até o espasmo da morte?
A intolerância de ser acostumado a viver intensamente apaixonado
Lhe reserva um coração predestinado a sangrar em um quarto vazio e frio .

Portas fechadas escondem pensamentos cegos
Que podem levar à loucura em um minuto
Basta fechar os olhos e o normal se transforma em absurdo
Paixão é droga, é talvez um vírus
Contagioso através do olhar e viciante pelo gosto mentiroso, de efeito alucinógeno que afeta a consciência e o coração.


Felizes são elas.

Quando não encontram nenhum parceiro, algumas especies de estrela-do-mar soltam um dos braços, dando origem a mais uma de sua especie.
Que lindo!
Mas obvio que com os seres humanos isso não daria certo - até por que a ansiedade faria a maioria perder os braços e as pernas antes dos vinte anos.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sim. É exatamente assim.

Enquanto a chuva forte causava ruído ao fundo em atrito com o teto, seus olhos despejavam toda lágrima possível.
Estava sozinho, silencioso - não que isso o deixasse triste.
Pelo contrário, sentia-se imensamente perturbado quando recebia visitas.
Nas mãos, o motivo de tamanha reclusão.
A carta, coberta das lágrimas já secas, guardava em suas linhas o que de mais precioso um homem pode esconder: o amor – destruidor - de uma mulher.
Anos haviam se passado, feridas foram recobertas e sentimentos haviam sido sufocados – mas ainda sufocavam o velho.
Ela, no auge de seus 17 anos, fazia palpitar o coração de qualquer rapaz que lhe reparasse.
Linda. Mas não como as outras bem vestidas e maquiadas com precisão. Era assim pelo semblante arrebatador, sua voz suave e seu talento inato de conquistar.
Não foram precisos muitos dias até que ele se visse perdidamente apaixonado – nesse tempo, ainda se permitia amar – e amava de toda alma, todo entendimento, como deve ser.
Passava todos os dias em frente à portinha que se abria na loja onde ela trabalhava na esperança de, quem sabe, receber nem que por alguns instantes o olhar de sua musa.
A partir daí, tudo se passou rápido e inacreditável demais.
Em poucas semanas, o sentimento era absolutamente recíproco. Seus encontros se tornaram diários e indispensáveis. Seus carinhos. Planos. Promessas.
Ao todo, foram onze meses. Onze, porque antes que se completasse um ano de descoberta da felicidade, essa tratou de se esconder.
Tão bem que nunca mais pôde ser achada.
Os motivos, ele não soube jamais. Tentou diversas vezes entender qual foi a água toda que encheu a gota.
Inútil perca de tempo. Ela já estava longe demais, em corpo e em alma, pra que pudesse explicar qualquer coisa.
Dela, sobrou a saudade do cheiro, do beijo, e a carta que servia como consolo torturador ao pobre velho.
Já da felicidade, ah! A felicidade.
Dessa não sobrou nada. Não que ele fizesse questão.
E agora, enquanto a última gota de dor rasga sua face ele desfalace, finalmente se vê livre, e morre aos braços da tão companheira solidão.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dia dos Namorados - Ou, segundo finados.

Dia em que nós, solteiros crônicos, nos deparamos com aquela desagradável sensação de solidão.
Ou talvez nem tão desagradável assim.
Ontem, enquanto os casaizinhos trocavam presentes na minha frente, juro que me bateu uma saudade de tudo aquilo.
Dos sorrisos, daquela expectativa gostosa, do carinho. Ali fui eu, num fugaz devaneio até lembrar dos motivos que me levaram a não querer continuar com ninguém.
Caí - despenquei - na realidade.
Pra ver que amor não se compra em 10 vezes fixas no cartão, e confiança não vem de brinde na promoção.
Porque se for pra dar presente, eu espero os aniversários. Se for pra abraçar, eu abraço meu cachorro, mas se for pra amar... ah, se for pra amar que seja pra valer.

Sobra tanto espaço dentro do abraço.

Saio de casa.
Na rua, olhares se cruzam sem querer e eu percebo que alguns deles já não fazem questão de ser notados.
Estão inatingíveis – irredutíveis – desacreditados quanto a tudo isso.
Eu vejo casais. De gente que nem se conhece. De gente que nem se gosta, mas que prefere fingir qualquer sentimento (por qualquer pessoa, qualquer motivo) à ter que viver sozinho consigo dia e noite.
Vejo também casais que se amam e outros que ainda vão se amar intensamente.
Vejo homens com outros homens. Homens que deveriam estar com mulheres, mas estão com outros homens. Não é crítica a opção sexual, por favor. Mas é que fica cada vez mais difícil assimilar tudo isso.
Vejo e entendo. Entendo mas não aceito.
Não que isso faça alguma diferença na pratica. Eu só queria que as pessoas percebessem o quanto é complexa a simplicidade do amor.
Não adianta procurar, não adianta provocar.
Ele é tão simples que confunde quem tenta explicá-lo.
Então não veja. Apenas sinta.
E quando sentir, me conte.
Porque até hoje eu pude ver, mas sentir que é bom, nem de longe.

domingo, 12 de junho de 2011

Não pode ser.

Serzinho repugnante.
Como pôde? Como?
Esteve aqui, todo esse tempo, minando amizades, destruindo sorrateiramente tudo que podia.
Ridiculamente mentiroso, mau caratér, falso.
E não digo isso por definição própria, já que além de duas caras, é um incapaz!
Incapaz de se lembrar onde colocou as minas. Incapaz de dissernir onde pisar.
E pisou errado. Pisou onde - em quem - não devia.
A tua mascara caiu.

Você acorda, e se olha no espelho.
Eu me pergunto: o que você vê?
O moço bem quisto, bem visto, que toda garota se orgulharia a apresentar aos pais, ou o sem vergonha, que agora todos nós conhecemos? Acredite: EU me envergonharia se alguem nos comparasse.
Você não é um ser humano. Nem de longe.
E, mais que nunca, você me dá nojo.
A tua presença me incomoda e teu cheiro me dá tonturas. 
Saia, agora, e não olhe pra trás, que sirva de conselho.
Por que se olhar, vai ver que nós - todos nós - vamos estar muito melhor sem você.
E vá rapido, antes que eu quebre esse taco de bets nas suas costas.

e nenhum machado

corta nossa raiz.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sobre ele.

Suas perninhas magras
Desfilavam o calção surrado
Da estação passada.

Seus olhinhos pedintes
Jamais recusavam
Um abraço apertado.

E seu sorriso inocente
Convertia em bondade
Até as piores atrocidades.

A fome crônica
E ausência permanente dos pais
Não eram suficientes
Para fazê-lo infeliz.

Era ele, toda vida.
De todo, vida.

Mas agora
Suas mãozinhas são frias.
Ele é todo frio.

Não sente mais fome
Nem medo.
Não sente amor
Nem nada

Seu corpo franzino é inerte
Corpo? Que corpo?
A maldita carreta o despedaçou
Por completo.

Naquela rodovia.

E aquele último copo de bebida
Que o motorista se permitiu tomar
Tomou a vida do nosso garotinho
Tornou o mundo menos humano.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

e se eu dissesse que é amor,

você acreditaria ser mentira?
Você chora por alguém. Grita. Grita o mais forte que pode. Mas ninguém vem até você.
Tão perto do céu que pode ouvi-lo. Mas ele não te ouve. Ninguém te ouve. 
Ninguém se importa. Não mais.
Seu discurso era sempre embasado nas mesmas coisas.
“Essa criança é jovem demais pra entender essas coisas. E aquele senhor, velho demais.”
“Não me peça pra ajudá-los, não me peça pra mostrá-los o que eu sei. Poupe-me desse julgo, afaste o cálice se for possível, para que eu possa dormir em paz, sem lembrar de seus olhos desesperados, de sua alma aterrorizada pelo inevitável. Não, não me diga que temos pouco tempo.
Eu preciso me enganar, fingir que tudo vai bem e que isso é eterno. Não me incumba de salvar ninguém. Preciso salvar a mim antes, e mesmo que salve, ainda tenho mais com o que me preocupar.”
“Não me mostre, não me conte. Não conte comigo pra salvar esses coitados.
 Nem ninguém. Nenhum desses que clamam por ajuda. Não!”
É tarde pra dizer que se arrepende e pra fazer diferente. Não há mais tempo, nem possibilidades. A chance lhe foi dada uma, duas, dez vezes, mas você sempre esteve ocupado demais.
 Mas agora o desespero é todo seu, os gritos saem desesperados da tua garganta e não há ninguém que possa – que queira – te salvar.
São suas as tentativas frustradas, são seus os olhos cheios de lágrimas, mas é deles, e somente deles, o direito à vingança que você tanto subestimou.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Liberdade!

Política, religiosa, sexual e de expressão.
É o que muitos chamam de caminho pra felicidade. Grande coisa!
Diz aquele desacreditado intelectual: "Sinto muito, sua liberdade acaba de esbarrar na minha".
Ela não é nada quando não se sabe o que fazer com ela, o que acontece na maioria das vezes.
Se tivéssemos a mínima capacidade de nos entender como livres toda lei seria dispensável, mas é utópico achar que temos domínio suficiente pra isso.
Seres desequilibrados! Todos nós.
E o mínimo de ponderação nos faz céticos à par da sociedade. Mesmo que encontremos o marco zero, seremos SEMPRE arrastados novamente aos extremos pelo grande massa.
Não adianta tentar controlar o caos que chamamos de social. Escolha um lado, mas que seja o menos livre, pra sua segurança.
Pra que amanhã ou depois não seja você mesmo enforcado com a corda em que fez um nó.

Mais do Mesmo

Claro! Mais do mesmo conto de amor não correspondido. Mais um pouco de nostalgia e solidão no cálice dos rejeitados.
Fácil escrever. Fácil fechar os olhos e fingir fechar o coração.
Difícil é entender por que tudo não é tão simples assim.
Incrível é essa nossa atração pelo sofrimento. Quanto mais impossível, mais fora de lógica nos parecer, melhor.
É o que há.
Complexo de inferioridade durante dois minutos e, nas proximas duas horas contempla-se o grau da impossibilidade na escala psicotica de quem acha que é normal.
Que tal? É impossivel o suficiente agora? Otimo! Seu final de semana será atarefado. Até que na segunda te apareça algo um pouco pior. Mais do mesmo que ainda não te destruiu por completo. Ainda não.

sábado, 14 de maio de 2011

It's enought.

Chega de dogmas a serem seguidos. Chega de religiões que explodem escolas e de escolas que ensinam formulas inúteis. Chega de fingir que entendemos, de fingir que queremos.
Chega de maquiagem, alisamento e lipospiração.
Chega de salto alto, de boas maneiras e auto preservação.
Chega de conformismo, de achismo e dúvida.
Substitua o saber por aplicar. Troque o ter por realmente precisar.
Acredite, não importa em que, simplesmente acredite.
Exista, não importa como nem onde, simplesmente se deixe existir.
Seja, não importa o que, não importa quem, mas seja o que de melhor puder ser.
E finalmente faça, isso aqui agora.
Faça acontecer. Provoque a mudança.
Faça você mesmo. Acredite que pode ser e existir. E faça.

domingo, 8 de maio de 2011

Insight.

Ah! Se eu pudesse me abrir com você.
Então saberia tudo que existe de oculto
Nesse meu mundo sem sentimento e obscuro.
Queria poder arrancar essa máscara e mostrar
O meu verdadeiro eu.
Aquele onde o amor predomina,
Onde a vida nunca vira rotina.
Mas por enquanto tenho que me manter desse jeito
Mesmo com essa grande angustia dentro do meu peito
Você não pode me ajudar; apenas me dê um sorriso
Já é o suficiente para me fazer sentir em um eterno paraíso.

             Carol Giembra

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Esqueça seus limites.

Liberte-se do seu mundo mesquinho e medíocre antes que perca aquilo de mais precioso que te deram.
Coloque sua força. Toda sua força em tudo que fizer. Depois que você morrer vai poder descansar em paz.
Lute. Sempre. Incansavelmente. Tenha uma incansável mente. Porque por mais que você faça o máximo, alguém sempre vai fazer mais. Se esforce pra ser perfeito, pra ser o melhor. E não deixe que te convençam de que é impossível. Afinal, alguém já tentou realmente?
Trabalhe. Mostre que merece o que almeja. Caso contrário, vai ser mais um que teve sonhos e não realidades.
Ofereça até seu ultimo suspiro, seu ultimo passo, seu ultimo movimento por um objetivo. No final sempre, e quando digo sempre, me refiro a todas às vezes mesmo, valerá a pena. Nada é mais satisfatório do que a certeza do sacrifício perfeito. E lembre-se: sem sacrifício não há sucesso.

Manhã como todas as outras,

ou quase. 
Um detalhe fez daquele dia diferente. O relógio no seu pulso ainda nem marcava sete da manhã quando ela ia, apressada, para mais um dia de aula. Sem premeditar, passou do lado de alguém a quem encantou. Sem saber, sem notar. E se aquela cena fosse parte de um filme, passaria em câmera lenta, ao som de Beirut, no momento em que o par romântico se cruza pela primeira vez
 Mas fez como todos os outros dias. Assistiu aula, almoçou, estudou, e então se sentou no primeiro banco confortável que achou. Mas aquele rosto ali, ao lado, como armadilha do destino, lhe era familiar, e não tirava os olhos dela. Alguns minutos, e a conversa foi inevitável.
Algumas palavras, uma cumplicidade de olhares. Cumplicidade de vida. Em tudo eram unânimes, parecidos como irmãos em pensamento. Irmãos não. Almas. Gêmeas.
Completos, ali. Durante uma hora ou menos experimentaram o que era o total preenchimento que todos buscam durante a vida toda. Mas já era noite, e os dois ainda não tinham se dado conta de que o tempo era pouco, quase nenhum. Que era a primeira e ultima vez que teriam aquilo. E foram embora, cada um pra sua casa, sem trocar números, sem trocar nomes. Só olhares, toques, um beijo no rosto e um adeus com jeito de ultimo. Agora, seu relógio marca duas da manhã e eles, como almas separadas a ferro pelo destino, sonham um com o outro. Com o dia em que, sem saber, vão se cruzar novamente. E esperam, de todo o coração, que dessa vez a vida lhes conceda algo mais que breves sensações.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A pior injustiça é a igualdade,

porque os melhores nunca foram os iguais.

É,


já vi esse sorriso antes, já senti meu coração batendo forte desse jeito. A ansiedade em te ver, a alegria em te encontrar. E isso me faz temer que a sequência toda se repita nesse ciclo vicioso.
Mas não há como desviar desse teu olhar, é impossível não querer que esse amor que você carrega –guardado tão bem a sete chaves no seu peito- seja meu também.
Eu juro que tento acreditar que vai ser diferente, mas nós sabemos a que estamos fadados.
Resta-me, ao menos, o direito de perder a razão por um tempo, esquecer as conseqüências, ignorar meus sentidos e ser feliz por enquanto.
Feliz até que a realidade destrua a imagem perfeita que fiz de você.



Insensibilidade congênita.


Ele era diferente. De tudo e de todos. Era diferente.
Mantinha sua voz constantemente dissimulada. Falava feito rei, mas vivia como escravo.
Escravo de guerra, guerra entre os dois mundos que tinha dentro de si.
Na verdade nem vivia, sobrevivia.
Tinha tudo que se pode querer, mas não pode ter o que queria.
E o que queria era sentir. Queria, mas não sentia.
Tentou com todas as forças ser o que todos queriam que ele fosse. Não foi. Para isso precisava sentir satisfação. E não conseguia.
Tentou fazer tudo que queriam que ele fizesse. Fazia tanto que chegava a fazer mais que o suficiente. Ainda assim não sentia. Nem cansaço, nem orgulho.
Tudo que queria era uma dor, um medo, uma coisinha boba que fosse. Qualquer coisa.
Nada, nunca sentia nada.
Foi parando e desistindo progressivamente, e mesmo assim não sentiu desanimo.
Finalmente decidiu que não queria mais sentir nada. Foi quando sentiu frio. Frio de morte, de solidão. Finalmente sentia. A sensação de morte foi tudo que ele pode sentir sem achar que nada sentia.

domingo, 13 de março de 2011

Pra ter um pouco de esperança, use as reticências...



Um dia. Menos que isso. Algumas horas foram o suficiente para fazer desmoronar tudo que ela havia construído.
Não digo que antes existisse algo realmente sólido. Mas, pelo menos, até ali ela tinha a quem recorrer quando necessário.
Saiu cedo, como se não quisesse ser vista por ninguém. E, de fato, não queria.
Pegou o primeiro ônibus e nem se deixou parar pra pensar se o que ela estava prestes a fazer era certo. Talvez porque sabia que nada lúcido justificaria aquilo.
E foi, mesmo tendo analisado minuciosamente cada consequência. Sem deixar espaço pra arrependimento, sem pensar em nada.
E no momento em que  seu mundo todo desmoronava, quando todas as vozes dentro dela diziam que nada daquilo valeria a pena, ela percebeu que tudo que precisava estava ali, olhando em seus olhos, e enxugando suas malditas lagrimas de culpa.
Cúmplices. É exatamente o que eram. O que são. E ela sabe que ele sempre esteve ali. Desde que o primeiro eu te amo foi dito. E vai continuar ali, ainda que em estado latente, pra sempre.
Mas apesar de ser tudo o que ela queria, era também quem fazia seu mundo desmoronar. E isso fez toda a diferença.
De repente, por um descuido, um deslize, ela parou pra pensar. E percebeu que talvez tudo aquilo não valesse a pena. Talvez não passasse de um relacionamento inacabado que ainda incomoda. E recuou. Pegou suas coisas, o pouco que sobrou de seu bom caráter e foi embora . Desistiu ali do que todos julgam ser o mais importante. Todos, menos ela.
Novamente, ela se viu sozinha em meio a multidão. Construindo seu mundo de areia e se convencendo de que não passava de mais um erro, depois de tantos. No final de tudo, ela resolveu colocar um ponto na historia. Não final, mas reticências. Como sempre. Como ele disse que seria...
A omissão de algo que podia ser escrito, mas que não o é.

domingo, 6 de março de 2011

Voltando pra casa,

resolvi parar pra pensar. Parei, e reparei que já não lembro por quê tudo acabou, se é que houve razão. Reparei também que eu estava novamente com aquele sorriso idiota no rosto só por ter passado umas horas com você, e que há muito tempo eu não sentia essa sensação adolescente.
Minha consciência ainda me obriga a ficar longe de você, por precaução. Mas existe uma voz dentro de mim. E essa voz não pára de dizer teu nome, pra me fazer lembrar o quanto estar com você me faz bem.
Você sabe que eu não posso, mas sabe também que eu ainda quero, ainda sinto você.
E eu poderia até mesmo passar o resto da minha vida com um poeta me tendo como diva, mas nada, absolutamente nada que ele me dissesse chegaria aos pés daquele simples eu te amo que você sussurrou no meu ouvido, enquanto eu parava pra pensar.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Pela primeira vez,

 em todos esses anos, sua presença não me causa arrepios.
Pela primeira vez, depois de tanto almejar um olhar seu, não vejo meu mundo de maravilhas em seus olhos.
Não sei por quê. Não é como antes.
E não é por nada não. A culpa não foi sua.
De repente, percebi que não quero mais lutar por você. Simplesmente cansei.
E não me diga que isso é ruim. É uma questão de perspectiva. Não era isso que você realmente queria?
Aliás, eu me sinto incrivelmente bem por te dar uma opção.
Entenda: Eu não deixei de te amar, só de te querer a todo custo.
E, talvez, quando você  realmente resolver valorizar todo o amor que eu te dei e minha presença te causar arrepios, quando tiver de fato a certeza de que encontra todas as respostas que precisa dentro dos meus olhos, no momento em que sentir suas pernas tremerem e seu coração acelerar enquanto te abraço, aí sim, quem sabe eu perceba o quão ridiculo foi o meu papel diante de você todo esse tempo.