ou quase.
Um detalhe fez daquele dia diferente. O relógio no seu pulso ainda nem marcava sete da manhã quando ela ia, apressada, para mais um dia de aula. Sem premeditar, passou do lado de alguém a quem encantou. Sem saber, sem notar. E se aquela cena fosse parte de um filme, passaria em câmera lenta, ao som de Beirut, no momento em que o par romântico se cruza pela primeira vez
Mas fez como todos os outros dias. Assistiu aula, almoçou, estudou, e então se sentou no primeiro banco confortável que achou. Mas aquele rosto ali, ao lado, como armadilha do destino, lhe era familiar, e não tirava os olhos dela. Alguns minutos, e a conversa foi inevitável.
Algumas palavras, uma cumplicidade de olhares. Cumplicidade de vida. Em tudo eram unânimes, parecidos como irmãos em pensamento. Irmãos não. Almas. Gêmeas.
Completos, ali. Durante uma hora ou menos experimentaram o que era o total preenchimento que todos buscam durante a vida toda. Mas já era noite, e os dois ainda não tinham se dado conta de que o tempo era pouco, quase nenhum. Que era a primeira e ultima vez que teriam aquilo. E foram embora, cada um pra sua casa, sem trocar números, sem trocar nomes. Só olhares, toques, um beijo no rosto e um adeus com jeito de ultimo. Agora, seu relógio marca duas da manhã e eles, como almas separadas a ferro pelo destino, sonham um com o outro. Com o dia em que, sem saber, vão se cruzar novamente. E esperam, de todo o coração, que dessa vez a vida lhes conceda algo mais que breves sensações.
é muiito lindo esse texto *-*
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