sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Milhares de pessoas passaram pela minha e pela sua vida. Mas não era uma pessoa que eu procurava naquele momento. Era um homem.
Com caráter e coragem incontestáveis, que soubesse exatamente o momento de esperar e o de agir.
Carente, mas forte o bastante pra me dar carinho sempre que precisasse.
Alguém em quem eu pudesse confiar, sem medo de falar, sem medo de mostrar nada.
E pra ser perfeito precisava ter cara e corpo de deus grego. De fato, um Dionísio estaria de bom tamanho.
Depois de muita procura, ou nem tanta, achei um desses. Confesso que fiquei decepcionada.
Descobri que caráter se corrompe e coragem não mantém em pé. Afinal, "antes um cachorro vivo que um leão morto."
Que quem espera demais, geralmente perde o bonde. E não agir é sempre a melhor opção.
Carência denota fraqueza, e carinho demais estraga.
Descobri também que a confiança é frágil demais, e quanto mais se usa, mas rápido se perde.
E como todos sabem, beleza é passageira, mas feiúra se tem pra vida toda.
Sendo assim, deveria me contentar com um homem chato, estúpido, sem caráter ou fidelidade e ainda feio que dói.
Ou não.
Enquanto seu caráter se mantivesse confiável, e sua coragem não fosse provada, ainda seria o mais perfeito dos homens.
Antes que nos aparecesse uma situação que exigisse paciência, ou muito trabalho duro, ele estaria no ranking dos mais cobiçados.
Enquanto ele não saísse contando meus segredos pra cidade, eu confiaria nele cegamente.
Antes que ele se fechasse no quarto e começasse a chorar se amaldiçoando por ter nascido, ele seria meu porto seguro.
E por fim, que ele mantivesse sua cútis de bebê e o corpo de modelo o máximo de tempo que pudesse. Assim, enfeitaria minha sala e ninguém poderia dizer que ele não serve pra nada.
No final, daria na mesma. Chato, estúpido, sem caráter, infiel e feio, mais ainda que o primeiro.

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